Ministério da Igualdade Racial lança programa de intercâmbio para estudantes e professores de licenciaturas
Terça-feira, 22 de agosto de 2023
Última modificação: Terça-feira, 22 de agosto de 2023
Nesta terça (22), a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco esteve em Moçambique para formalizar junto com Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique memorandos de entendimento junto a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) e a Universidade Púnguè (Uni-Púnguè) o programa de intercâmbio Sul-Sul “Caminhos Amefricanos”, que terá início em 2024, para estudantes de licenciatura e docentes.
O grande objetivo é fazer com que professores e docentes já formados troquem experiências e constroem juntos ações de combate ao racismo e promoção da igualdade racial. Caminhando na visão da Ministra, “para uma educação próspera e antirracista capacitada para formar as nossas crianças e as futuras gerações sobre a verdadeira história do Brasil”.
O Programa Caminhos Amefricanos foi lançado no início do mês de agosto, com o objetivo de promover intercâmbios para o fortalecimento de uma educação antirracista a partir da troca de experiências, de conhecimentos e de políticas públicas em países do Sul Global para docentes e estudantes negros e quilombolas de licenciatura.
O Programa é feito em parceria com o Ministério da Educação e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O investimento total é de R$ 4,5 milhões de reais, as bolsas variam entre R$2 a R$5 mil. Todos os custos vão ser pagos pelo Governo Federal, incluindo a emissão de visto, passaporte e curso preparatório de idiomas. O lançamento foi feito em São Luis, no Maranhão.

Vão ser ofertadas, no primeiro ano, cerca de 150 bolsas, 50 para cada país contemplado nesse primeiro momento, que são Cabo Verde, Colômbia e Moçambique. De cada um dos países, virão para Brasil 10 estudantes. A ministra Anielle Franco destacou a importância e o impacto da educação no combate ao racismo.
“A educação é o nosso maior potencial para salvar esse país. Eu não acredito e, também, nem quero aceitar mais nenhum retrocesso não só na educação, mas também nos direitos das populações negras, LGBTQIAP+, quilombolas e indígenas, é por isso que a gente tem lutado constantemente”, afirmou.
O Diretor de Combate ao Racismo do MIR, Yuri Silva, destacou a importância do programa ser voltado para professores e estudantes negros e quilombolas. “Nós somos um povo só, somos o Sul Global, polo da luta antirracista do mundo, somos existências contra as opressões da hegemonia do hemisfério norte e o público alvo desse programa foi escolhido por que nos entendemos que os quilombos no Brasil, na Colômbia ou em qualquer lugar do mundo são a fronteira da defesa da democracia, da ancestralidade e da biodiversidade e são onde resistimos vivos e vivas ao largo do colonialismo”, disse, fazendo referência ao conceito de Amefricanidade, criado por Lélia Gonzalez e que dá nome ao programa.